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sábado, 14 de novembro de 2009

Da Vestimenta

Antes do “apagão” se tornar o “assunto da semana” do Jornal Nacional, se discutia a atitude tomada pela Universidade Bandeirante (Uniban), de São Bernardo do Campo - SP, que decidiu expulsar a aluna Geisy Arruda, do Curso de Turismo, hostilizada por usar um minivestido nas dependências da Universidade. O Ministério da educação e a opinião pública brasileira se posicionaram contra a decisão da Universidade e a mesma voltou atrás.

Tal fato interessa a nós ciclistas, pois abre uma discussão: uma pessoa pode/deve ser proibida de acessar algum estabelecimento em virtude da roupa que veste?

Com as atuais bicicletas que utilizamos, sem protetor de corrente (que são comuns na Holanda ou na Dinamarca), preferimos utilizar bermudas ou shorts ao pedalar, pois a calça comprida pode prender na corrente, ou simplesmente sujar de graxa. Não apenas por esse motivo, mas também por uma questão de conforto, as bermudas e shorts são mais adequados ao clima quente e úmido de Maceió.

Quando tentamos encorajar outras pessoas a trocarem seu carro pela bicicleta, até mesmo em pequenos deslocamentos, nos colocam logo o empecilho da vestimenta ou do clima. Alguns dizem que não iriam ao trabalho de bicicleta (mesmo morando muito próximo), pois chegariam suados. Outros, principalmente os profissionais do Direito, dizem que não podem utilizar a bicicleta porque trabalham de terno e gravata.

É mesmo difícil (não impossível) pedalar em Maceió sem transpirar. Ir ao trabalho de bicicleta e não chegar suado é algo incomum, mas basta observar o que fazem as pessoas que têm esse costume. É simples. Em vez de tomar banho antes de sair de casa, leve consigo uma bolsa com roupa, toalha e sabonete e tome banho no próprio trabalho. Se não há vestiário no seu trabalho, que tal conversar com seu chefe sobre a possibilidade de disponibilizar um? Quem sabe outras pessoas também não se encorajem a deixar o carro em casa e ir pedalando?

Quanto aos profissionais do Direito, há uma grande dúvida: por que advogados, juízes ou desembargadores precisam usar terno? Os políticos também... por que utilizam terno no clima quente de Maceió? Será que não percebem que esta é uma vestimenta criada para países de clima frio? Será que não há a possibilidade de criarmos uma roupa elegante e que ao mesmo tempo seja adequada ao nosso clima? Será que as pessoas que usam terno se sentem confortáveis ou usam apenas porque acham “bonito” ou porque são “obrigadas”?

Logo acima do Brasil, bem próximo à Linha do Equador, encontra-se a Guiana Francesa. Apesar de estar distante da França, é considerado um département d’outre-mer (departamento ultramarinho). As leis de lá são as mesmas da França. Porém, há um fato curioso: os policiais guianenses, por viverem numa região quente do planeta, utilizam bermuda em vez da calça comprida utilizada pelos policiais franceses. O uniforme é o mesmo, porém o pano que cobre as pernas é mais curto para suportarem o calor equatorial. Não precisa ir muito longe, a própria Polícia Militar de Alagoas, no seu batalhão que circula pela orla marítima de Maceió, utiliza bermuda.

O que determina, então, a roupa que a pessoa pode/deve utilizar? Há alguma lei que trate sobre o tema? Vai do bom senso de cada um? É apenas uma imitação tupiniquim da maneira européia (ou mais recentemente estadunidense) de se vestir? Qual o limite entre a liberdade individual e o “atentado ao pudor”? Vale lembrar que, antes dos portugueses chegarem ao Brasil, os índios não usavam roupas. Por outro lado, os esquimós utilizam muita proteção, por razões óbvias.

Uma Universidade pode expulsar um aluno por não concordar com sua vestimenta? Pode lhe comunicar da discordância e, caso o fato continue a se repetir, expulsá-lo? Uma repartição pública pode/deve proibir o acesso dos cidadãos/visitantes/funcionários por não estarem vestindo calça comprida?

Um cidadão pode ter cerceado o seu direito de ir e vir simplesmente porque vestiu uma bermuda em vez de uma calça comprida? Um cidadão deixa de ser cidadão a partir do momento que veste uma bermuda?

Será que daqui a 20, 30 ou 40 anos vamos dar risadas ao vermos fotos de 20, 30 ou 40 anos atrás, e observarmos que, no calor escaldante de Maceió, nos vestíamos como se estivéssemos preparados para o frio europeu?



PS: Na ocasião em que os integrantes da Bicicletada de Maceió foram à Câmara Municipal de Maceió para entregar, de forma simbólica, ao presidente, a carta que foi enviada a todos os vereadores, chegou ao ouvido dos mesmos a informação de que não poderiam dirigir a palavra ao presidente porque não estavam utilizando terno e gravata. Precisaram que um outro vereador intermediasse a entrega. Um tanto cômico se levarmos em consideração que isso aconteceu em pleno ano de 2009.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Apocalipse motorizado - Entrevista com Ned Ludd

Entrevista com Ned Ludd, que organizou o livro "Apocalipse Motorizado: a tirania do automóvel em um planeta poluído" (Conrad Editora, 2004).

Fale um pouco sobre os movimentos anticarro que existem e existiram. Existe uma espécie de "cânone" do pensamento antiautomóvel, não?
Antes de mais nada, é preciso que fique claro que não existe "movimento anticarro" num sentido restrito da expressão, que seria conseqüente de uma cisma contra o automóvel e que visasse pura e unicamente aboli-lo. O que existe são diferentes movimentos, movidos por uma série de valores, que questionam na teoria e na prática o uso de automóveis, a construção de estradas, etc., por perceberem que eles destroem o ambiente, matam pessoas em quantidade, roubam espaço público, tornam a cidade e a vida cotidiana mais e mais insuportáveis, criam e amplificam desigualdades sociais... Por desenvolverem alguma prática que se contraponha visivelmente ao absolutismo dos automóveis e à expansão do seu uso, são muitas vezes enquadrados como "movimento anticarro". Muitos desses movimentos são considerados também como movimentos ecologistas, anarquistas ou anticapitalistas, e com razão não ficariam muito felizes por serem rotulados como "anticarro". Muitas vezes, por uma simples questão de comunicação, é-se forçado a enquadrar os movimentos sociais numa lógica identitária, onde se opera sempre uma redução mais ou menos violenta de sua riqueza. Dito isso, por vezes apontam um movimento "urbano-conservacionista" dos anos 1950 nos EUA como sendo o primeiro a contestar publicamente o urbanismo moldado em função do automóvel, assim como seu impacto estético e ecológico. O movimento Provos, na Holanda, dos anos 60, também não pode deixar de ser citado (confira o excelente livro sobre ele da coleção Baderna). Provos foi um movimento de forte influência anarquista, precursores de muitas "bandeiras" e características de movimentos posteriores, que contestou o automóvel de forma ácida e inteligente. Podem ser considerados pioneiros no que diz respeito a isso. Não por acaso a "bicicleta branca" virou uma espécie de símbolo do Provos. Bicicletas essas que eles pintavam e espalhavam pela cidade para uso público. O que era um plano de loucos nos anos 60 virou política pública três décadas depois em algumas cidades européias, como Rochelle (França), Aveiro (Portugal) e mais recentemente em Helsink, onde foram postas bicicletas para uso público e gratuito em vários pontos da cidade. Deve-se destacar as várias associações de usuários de bicicleta que surgiram a partir dos anos 70 na América do Norte (mas não somente lá), que promoveram também um questionamento da "cultura do automóvel". Nos anos 90 a Inglaterra foi palco de um vigoroso movimento de ação direta contra a construção de estradas e pela retomada das ruas (privatizadas pelo automóvel). Dois dos artigos contidos no Apocalipse Motorizado são parte dessa cena inglesa.
Não sei se é possível falar em pensamento antiautomóvel, quanto mais em "cânone" de tal pensamento. Existe o pensamento que se levanta contra problemas da vida cotidiana e da sobrevivência, relacionando-os à totalidade de relações sociais, de técnicas e tecnologias. Ele é sempre um pensamento de crítica social, antes de ser um pensamento "antiautomóvel". Se ele contesta e se insurge contra alguma tecnologia é porque as tecnologias não são neutras, nelas há valores e significações intrínsecas, e que portanto jogam a favor ou contra determinados valores ou racionalidades. É por isso que, para mim, hoje, os principais "movimentos anticarro", se assim se pode dizer, estão no chamado Terceiro Mundo. São movimentos de povos originários, por exemplo. Nesse sentido os zapatistas são proeminentes (não canônicos). E não apenas por terem rejeitado e ridicularizado a "oferta" de "fusca, televisão e mercearia" com a qual o presidente mexicano Vicente Fox sugeria resolver o problema indígena, mas principalmente pelas significações de tempo, de terra, entre outras, - que formam a cultura que eles lutam por manter - serem por si só antagônicas às significações intrínsecas ao automóvel, aos valores que andam com ele e com sua difusão.
Quando este tipo de questionamento começa a surgir na sociedade? Há algum marco zero da luta contra, não apenas a industria automobilistica ou do petroleo, esta invencão chamada "carro"?
No meu entender, e até onde vai meu conhecimento, não há um fato que possa ser considerado um marco zero de contestação ao automóvel. Pode-se dizer que a contestação ocorre mais ou menos na própria medida que sua difusão cria situações contra as quais parte da sociedade se insurge. Infelizmente não houve uma previsão, com penetração social, das conseqüências sociais e ambientais decorrentes do uso e difusão do automóvel como, por exemplo, existe hoje em relação aos transgênicos.
Você acredita no iminente colapso deste sistema ou acredita que, pouco a pouco, as pessoas podem conscientizar-se do problema antes da "rede travar"?
Devemos nos perguntar se o que você chama de rede (a circulação de veículos motorizados) já não está travada. Se se considera que o trânsito de automóveis em São Paulo não está travado, a partir de que ponto pode-se considerá-lo travado? De qualquer modo, a questão não é evitar a "rede travar" ou destravá-la. Ora, isso já é o que historicamente os governos têm feito, construindo mais vias e infraestruturas para os automóveis, ampliando assim os problemas gerados pelo automóvel para que por um período de tempo a rede não trave ou não fique travada. De minha parte, dentro da própria tônica do livro, melhor seria se o trânsito de automóveis travasse de vez e permanecesse assim. Com os carros parados o pedestre pode atravessar as pistas mais seguramente, a qualquer momento e lugar (tendo cuidado ainda com as motos). Quem sabe as crianças poderiam voltar a brincar nas ruas, fazendo um esconde-esconde entre os carros. Parados os carros já são um incômodo, mas certamente são piores se movendo. E à baixa velocidade são menos assassinos. E em geral o ciclista anda com mais segurança quando o trânsito de automóveis está engarrafado. Ivan Illich, no artigo Energia e Eqüidade, demonstra como a existência de veículos que circulam acima de 25 km/h faz com que o tempo social dedicado à circulação aumente (entre outros efeitos socialmente nocivos), ao contrário do que supõe o senso comum e a cabeça de governantes e engenheiros. Enfim, o problema de circulação de pessoas não consiste no trânsito de automóveis travar, mas no próprio carro.
Como a pessoa comum pode contribuir para o fim deste sistema? Claro que uma resposta como "ande menos ou não ande de carro" parece ser a melhor contribuição, mas você tem de considerar os vícios criados pelo sistema (desde o comodismo do automóvel ao sucateamento do transporte público e passando pelo conforto individual e o glamour da velocidade).
Talvez não seja enquanto pessoa comum, se isso significar o indivíduo isolado que forma a multidão que habita as cidades, que alguém contribuirá para alguma mudança. Só coletivamente se consegue alguma coisa. Toda a história das conquistas e transformações sociais demonstra isso. Além do mais deve-se evitar extrapolar a "pessoa comum" de classe média para toda sociedade. Nas favelas e em muitos bairros de periferia a "pessoa comum" não tem carro, essas estão sempre na posição do atropelado, e nunca na de atropelador, por exemplo. E o que elas fariam coletivamente nesse sentido talvez fosse substancialmente diferente.

Como André Gorz ressalta, o absolutismo do automóvel é especialmente cruel porque ele transformou o próprio automóvel em uma necessidade, uma vez que o espaço urbano é moldado por ele e projetado para ele. Como fica claro ao ler o Apocalipse Motorizado, não se pode tratar as questões de urbanismo, da vida cotidiana, ecológicas, tecnológicas e econômicas separadamente. Existe uma frase de Mr. Social Control que talvez resuma bem o espírito e uma conclusão geral do livro: "não há nada de revolucionário em relação a algo tão racional como a abolição do carro, embora possa ter que haver uma revolução para liquidar os interesses multinacionalmente investidos que impedem que tal racionalidade seja alcançada". E não é preciso ter carteirinha de subversivo para se convencer disso. O leitor médio desse jornal concordará ao ler o livro.
Fale do movimento anticarro no Brasil - das dificuldades (como a ausência de malha ferroviaria) às iniciativas.
Como expliquei anteriormente, "movimento anticarro" é um rótulo complicado. Não sei se ele existe no Brasil, e, em certo sentido, não sei se é desejável que exista. Certamente o que é desejável é que movimentos sociais que visam uma transformação social radical incorporem a crítica a tecnologias e ao automóvel, e que movimentos que surgiram e que surjam como conseqüência de problemas pontuais diretamente ligados ao automóvel incorporem por sua vez uma crítica social global, por perceberem que só uma transformação mais ampla pode pôr fim a esses problemas. Bem, de qualquer forma, existem algumas associações de ciclousuários, além das Bicicletadas que ocorrem em algumas cidades brasileiras que questionam de alguma forma a "cultura do automóvel". Em São Paulo as bicicletadas ocorrem no último sábado de cada mês, saindo às 10:00h da esquina da Consolação com a Paulista. Elas também ocorrem em Floirianópolis (agora na última sexta-feira de cada mês), Porto Alegre, Rio de Janeiro entre outras cidades. Para saber como é e o que é exatamente a bicicletada acesse o site www.bicicletada.org .
Por que usar o pseudônimo Ned Ludd?
Para responder a essa pergunta preciso explicar primeiramente quem foi Ned Ludd, ou melhor, quem não foi Ned Ludd. Ele foi um não-líder, um não-general e uma não-persona. Ele não existiu como pessoa, ao menos não se tem nenhuma evidência de que tenha existido como tal. Ned Ludd foi muito provavelmente um múltiplo, tataravô de Luther Blissett. O movimento que o criou como personagem mítico, ponto de consciência coletivo, acabou ficando conhecido com referência a seu nome: os ludditas. Ned Ludd não significa um indivíduo, mas muitos, que formam uma coletividade. Um livro, como de alguma forma tudo, é uma obra coletiva. Várias pessoas trabalharam diretamente nele (além daquelas que assinam os textos). Foi um trabalho coletivo, no qual outras pessoas participaram ativamente com sugestões de conteúdo, do título e na seleção dos geniais cartoons de Andy Singer que ilustram o livro, por exemplo.
Outro motivo é resgatar e difundir a história do movimento luddita. Usar o nome Ned Ludd serve como isca para tanto. Para ser minimamente conseqüente com o que digo, escrevo, acredito e desejo, nada mais natural do que tentar trocar a curiosidade que possa surgir pela minha vida pessoal pela curiosidade pela história social e dos movimentos revolucionários. O movimento luddita foi um movimento de massa de trabalhadores que surgiu na Inglaterra durante a Revolução Industrial. Só foi derrotado por um contingente militar maior que o enviado para lutar contra as tropas de Napoleão. Ficaram conhecidos historicamente por uma dentre outras ações que praticavam: quebrar e incendiar fábricas e suas maquinarias. Percebiam eles que as técnicas e tecnologias não eram neutras, encarnavam valores e processos que estavam os destituindo de seu modo de vida e sua autonomia. Para os lucros dos burgueses a fábrica era um progresso, mas certamente não para os trabalhadores que perdiam assim sua autonomia.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Passagem de ônibus de Maceió é a 6ª mais cara do País

A tarifa do ônibus urbano de Maceió é a sexta mais cara do País, segundo levantamento feito pela Globo.com junto às prefeituras. O valor de R$ 2,00, que é cobrado também em Brasília, Natal, Boa Vista e Palmas, está abaixo dos vigentes em outras doze capitais, que variam de de R$ 2,20 a R$ 2,80.

Das 27 capitais brasileiras, apenas seis não reajustaram as tarifas de ônibus em 2009 – inclusive as duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro. A capital a aumentar o preço da passagem mais recentemente foi Natal (RN), no começo deste mês.

Nesta semana, o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, anunciou que a cidade terá um reajuste nas passagens no início de 2010. Atualmente, a tarifa é de R$ 2,30.

“Infelizmente nossa realidade orçamentária não permite [manter a tarifa atual]”, disse Kassab na última segunda (14) em entrevista à rádio Bandeirantes. “Nós teremos aumento no mês de janeiro”, completou o prefeito. Segundo ele, ainda não há definição sobre o percentual de reajuste da passagem.

São Paulo, que tem 6 milhões de usuários de ônibus por dia, não tem aumento na passagem de ônibus desde novembro de 2006. O Rio, com 4 milhões de passageiros diários, não registra reajuste desde dezembro de 2007, informaram as prefeituras.

A capital que não reajusta o valor há mais tempo, desde julho de 2004, é São Luís (MA), que também tem a tarifa mais barata entre as demais capitais: R$ 1,60.
Segundo Marcos Pimentel Bicalho, superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), cada capital define quando reajusta a tarifa porque leva em consideração folha de pagamento da empresa de ônibus - os salários variam em cada cidade e os reajustes salariais também, explica ele -, combustível e manutenção.
Para o superintendente, comparar os preços das capitais não é adequado porque cada cidade tem um sistema de transporte público com características diferentes.
"Algumas cidades tem mais equilíbrio do sistema de ônibus. Em algumas é mais rentável, em outras menos. Cada situação deve ser vista de maneira específica", afirma Bicalho.

sábado, 3 de outubro de 2009

Darwin e a bicicleta

Na manhã de 3 de outubro de 2009, quando o grupo Ciclistas de Maceió retornava de um passeio para iniciantes, um dos componentes do grupo foi atropelado por um ônibus, na Av. Gustavo Paiva, em frente ao Supermercado Extra. Por muito pouco não perdia a vida. Ficou com alguns arranhões pelo corpo, a bicicleta e o telefone danificados e a camiseta com a marca do pneu do ônibus. Será mais um que ficará registrado na estatística de ciclistas atropelados em Maceió que, anualmente, ultrapassa os 1.200.


O grupo, composto por 5 ciclistas, seguia em direção ao Centro ocupando uma (a da direita) das 4 faixas da avenida. Por questões de segurança, o grupo pedalava unido, como se fosse um carro, evitando a fila indiana que costuma espremer o ciclista entre os ônibus e o meio-fio. O ônibus vinha atrás do grupo, na faixa da direita. Vários integrantes sinalizaram com o braço para que ele mudasse de faixa. O motorista, após o atropelamento, parou o ônibus e alegou que um carro o havia fechado pela esquerda e, por isso, ele jogou o ônibus para cima do grupo. Ou seja, para não arranhar o carro, ele quase tirou a vida de um ser humano com família e um grande futuro pela frente.

Antes que alguém pense: “mas os ciclistas são irresponsáveis”... “os ciclistas fazem besteira no trânsito”... “os ciclistas andam fazendo “zique-zague” (sic), é importante frisar o que diz o artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiro:

§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

Seja o ciclista preto ou branco, rico ou pobre, criança ou adulto, o motorista, em hipótese alguma, tem o direito de lhe tirar a vida. Pelo contrário, tem a obrigação de zelar por ela.

Também é importante citar os artigos 58 e 201 do CTB:

Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.

Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração - média;
Penalidade - multa.


As cidades que mais avançam no mundo já perceberam os benefícios da utilização da bicicleta como meio de transporte. Essas cidades são construídas partindo do pressuposto que todo cidadão anda a pé, de bicicleta ou no transporte público coletivo.


Aqui no terceiro mundo, mais especificamente em Maceió, ainda continuamos presos à mentalidade da Era Juscelino, quando acreditava-se que o automóvel seria o transporte do futuro e que todos seriam capazes de ter o seu próprio veículo para se deslocar. Exemplos claros, como o da cidade de São Paulo, já nos mostram o fracasso desse modelo de Urbanismo.

Mas como não somos capazes de aprender com os erros de São Paulo, precisamos errar para depois acertar. Continuamos incentivando a compra de automóveis, construindo viadutos e largas avenidas para que possam se deslocar em alta velocidade (permitindo o “escoamento do fluxo”, expressão que todos gostam de falar) e expulsando as pessoas (os verdadeiros habitantes da cidade) de um convívio ameno nos espaços públicos.

Enquanto a sociedade não muda sua mentalidade, para que possamos construir um modelo diferente de cidade, muitos ciclistas continuarão sendo atropelados. Uns morrerão, outros ficarão com deficiências permanentes e outros tomarão um susto e desistirão da bicicleta para sempre. Se Darwin estivesse vivo, chamaria tudo isso de “seleção natural”.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Proteste Já

Reportagem exibida no CQC do dia 29 de Setembro de 2009

Rafinha Bastos, no quadro Proteste Já, mostra a situação de tráfegos dos ciclistas na cidade de São Paulo.

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

22 de Setembro, Dia Mundial Sem Carro


O Dia Mundial Sem Carro em Maceió foi comemorado de forma tímida. Os participantes da Bicicletada distribuíram panfletos e estenderam faixas na praça centenário pela manhã. O intuito da mobilização nada mais é do que a conscientização da privação da liberdade que o carro “proporciona” ao ser humano e seu impacto ambiental. Compareceu a praça cerca de 20 ativistas da Bicicletada.

Já a “Noite” Mundial Sem Carro reuniu 165 ciclistas num passeio pelas ruas da parte baixa da cidade. O grupo saiu no meio da noite, entre 20h30 e 21h00, e conseguiu chamar a atenção das pessoas na rua. Ainda foi distribuído panfletos nos locais de transito lento.

Tanto pela manhã como pela noite a Bicicletada teve o apoio de alguns populares. Algumas pessoas que viram a movimentação foram em casa buscar suas bicicletas para pedalar conosco.

A Bicicletada espera que o Dia Mundial Sem Carro em Maceió deixe rastros que provoquem efeitos até o próximo dia 22 de Setembro.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Still We Ride


Still We Ride é um documentário sobre a Massa Crítica de Nova Iorque num dia crítico de 2004.

Sinopse

“Na sexta-feira, 27 de Agosto de 2004, poucos dias antes da convenção republicana, uma operação massiva da polícia resultou em 264 pessoas presas, uma das maiores prisões em massa da história de Nova Iorque. Para muitos novaiorquinos, Agosto de 2004 foi a primeira vez que eles ouviram falar do ritual mensal da comunidade ciclística da cidade; uma pedalada livre chamada Critical Mass (Massa Crítica).

Still We Ride captura a atmosfera de descontração daquela noite de agosto, antes das prisões, e o caos que se sucedeu. Conta novamente a história das origens do Critical Mass em São Francisco e relata a batalha nos tribunais que se arrastou por mais de um ano depois das prisões, e que se transformou em uma batalha mensal entre autoridades locais e os ciclistas. Liberdades civis, vigilância, poder da mídia corporativa e os benefícios dos meios alternativos de transporte são alguns dos temas dessa história.”

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Still We Ride – Elizabeth Press, Andrew Lynn, Christopher Ryan (EUA, 2005, 37′ – legendas em Inglês)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Atrapalhar os motoristas, não. Atrapalhar o sono, sim.

Desde a última terça-feira (08), a Prefeitura de Maceió vem realizando o serviço de “fresagem” do asfalto da Av. Tomás Espíndola, no bairro do Farol. Segundo a Prefeitura, o serviço consiste “no corte ou desbaste de uma ou mais camadas do atual pavimento asfáltico por meio de processo mecânico.” Ainda segundo a Prefeitura, “o material será utilizado na pavimentação de outras obras de pavimentação que estão em execução no município.”

Obra semelhante fora executada na Orla Marítima da cidade meses atrás. Deixando de lado o verdadeiro motivo da execução de tal obra que, queremos acreditar que seja apenas uma preocupação que a Prefeitura tem com o Meio Ambiente (evitando a exploração de recursos naturais para a pavimentação de outras ruas), já que, tanto o asfalto da Orla, como o da Av. Tomás Espíndola não estavam em más condições, queremos salientar para outro fato:

Foi noticiado pelo AL TV 1ª Edição, da TV Gazeta, o transtorno que as obras, sendo realizadas nos “horários de pico”, estavam causando ao trânsito (de automóveis). Vários motoristas foram entrevistados e todos reclamaram do tempo que perdiam no congestionamento. O problema causado a um pedestre que precisava ir até o meio da rua para pegar o ônibus também foi mostrado na reportagem.

Vale lembrar que os congestionamentos não são causados pela redução das faixas de circulação, e sim pela forma que as pessoas escolhem para se locomover. A imagem abaixo mostra que a mesma rua pode estar com um trânsito livre caso as pessoas optem pelo ônibus, como pode estar congestionada caso as pessoas optem por andar cada um no seu automóvel.

A solução encontrada pela Prefeitura de Maceió para não continuar atrapalhando o trânsito (de automóveis) foi simples: realizar as obras de madrugada. Ou seja, durante o dia, os moradores da Av. Tomás Espíndola não têm sossego devido à poluição sonora provocada pelo intenso movimento de veículos (motores, buzinas, ônibus barulhentos, sirenes de ambulâncias, escapamentos de motocicletas com diâmetro aumentado propositalmente, etc). À noite, não se dorme com o barulho das máquinas trabalhando.

Alguns dirão que a Av. Tomás Espíndola não é uma rua residencial [sic], e sim comercial. Portanto, não há quem incomodar com as máquinas. (Deixemos para outro post os comentários sobre a necessidade de haver uso misto do solo para trazer vitalidade a determinada região da cidade). Os poucos que ainda resistem em morar na avenida devem abandoná-la e procurar outro lugar, porque esta é mais uma avenida que não pertence às pessoas, mas aos automóveis.

domingo, 6 de setembro de 2009

Australianos Vão ao Trabalho em Comboio de Bicicletas

.........Um grupo de ciclistas australianos criou uma forma inusitada e ecológica de ir ao trabalho: um comboio de bicicletas.
.........O comboio recebeu o nome de bike bus (ou "ônibus de bicicletas"), pelo fato de o grupo adotar uma logística parecida ao do sistema de ônibus.
.........Os comboio seguem rotas fixas com paradas para "pegar passageiros" nos mesmo horários e locais diariamente.
.........Os ciclistas consideram que pedalar juntos em um "bicicletaço" torna o percurso mais seguro, sobretudo em avenidas movimentadas no horário de pico.
.........O Departamento de Meio-Ambiente do país, que apoia e promove os bike buses, diz que cada motorista que deixa o carro em casa e pedala 10 km por dia para ir para o trabalho deixa de emitir mais de uma tonelada de carbono na atmosfera por ano.
.........A concentração dos gases que causam o efeito estufa na atmosfera é a principal causa apontada por cientistas do aquecimento global. A Austrália é o país com maior emissão per capita desses gases no mundo.

Boas razões

.........A fundadora do sistema, Fiona Campbell, disse à BBC Brasil que existem cerca de dez rotas de bike buses em Sydney no momento, cada uma composta por cerca de seis a 14 participantes ativos. "E o número está sempre crescendo", disse ela, que iniciou a ideia apenas com uma amiga em 2001.
.........Por enquanto, os bike buses operam apenas no estado de Nova Gales do Sul.
.........Fiona fornece uma aula rápida aos novatos, ensinando como pedalar com segurança no meio do tráfego. Todos usam coletes fluorescentes e capacetes. "Nossa mais recente ciclista tem mais de 50 anos".
.........As rotas do bike bus são divididas em três velocidades para adaptar ciclistas com diferentes níveis. A expressa, de 25km/h, a intermediária, de 20km/h, e a social, de 15km/h.
.........Andrew Frazer, que aderiu ao grupo há alguns meses, disse que cada um pedala por uma razão diferente, "Além de não emitir gases ao meio ambiente, de ser gratuito e de sempre termos um assento garantido", brincou, "é bom para a forma física, vida social, e é divertido e seguro".
Ele garante que "até hoje nunca houve acidentes" e afirma que, em muitas ocasiões, é mais rápido chegar ao destino final pedalando que dirigindo um carro em uma congestionada avenida urbana.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ciclista de 21 anos é Atropelado e Morto em Maceió

____Um ônibus da empresa Veleiro, que faz a linha Circular 1, atropelou um jovem de 21 anos na Avenida General Hermes, na Cambona, na noite desta terça-feira (01). A vítima, identificada como Carlos Henrique da Silva Leite, não resistiu aos ferimentos e morreu na hora.
____De acordo com informações do tio do jovem, Josivaldo Leite (33), o sobrinho, que morava com ele no Bom Parto, estava indo dar aulas quando foi atropelado pelo ônibus de placa MUV-4617. Carlos Henrique estava numa bicicleta com um amigo de infância, Edivan Marinho Júnior, que não teve ferimentos. O amigo presenciou a morte do professor e ligou para a família a fim de avisar sobre o acidente.
____No local do atropelamento, o clima era de indignação por parte dos familiares. “O motorista do ônibus atropelou e passou por cima do meu sobrinho”, lamentava o tio da vítima. Logo após o acidente, populares apedrejaram o coletivo numa forma de protesto e policiais do Bope e da Radiopatrulha tiveram que ser acionados a fim de acalmar os ânimos dos amigos e familiares.
____No ônibus, ninguém ficou ferido apesar do ataque da população e o motorista, de acordo com informações preliminares, teria se evadido do local após o atropelamento. Viaturas da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) foram acionadas para regularizar o trânsito, que ficou bastante congestionado nos dois sentidos. O Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto Médico Legal (IML) estiveram no local.

Fonte do Texto - GazetaWeb
http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=184619&tipo=0
Fonte do Video - TV Pajuçara

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Alternativas de Mobilidade Urbana

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Matéria exibida no Jornal Nacional do dia 28 de agosto de 2009 sobre as soluções encontradas por mulheres para driblar o trânsito congestionado das grandes cidades.

domingo, 30 de agosto de 2009

CARTA ABERTA AO PODER PÚBLICO ALAGOANO

____Por meio desta CARTA ABERTA, a BICICLETADA de Maceió, movimento livre, sem líderes e que tem como objetivo a conscientização sobre o uso da bicicleta como meio de transporte, vem até Vv.Excias. lembrar que temos ainda quase um mês até a data do DIA MUNDIAL SEM CARRO, que ocorrerá em muitas cidades do mundo em 22 de setembro.
____Queremos que o poder público tome atitudes para a realização efetiva desta data. Que haja um profundo debate na sociedade sobre o uso do carro, que questionemos a ausência de um plano proativo que insira a BICICLETA no cotidiano dos cidadãos ALAGOANOS. Mais do que isso, exigimos que a municipalidade tome iniciativas práticas, pois diariamente milhares de ciclistas estão expondo suas vidas, com risco de morte, por falta de espaços preferenciais para o uso das bicicletas. Precisamos diminuir a quantidade absurda, imoral e indecente, de carros que transitam pela cidade, provocando acidentes, matando e mutilando inocentes, poluindo o ar que respiramos, destruindo o silêncio e ocupando o espaço público. Lembramos que o carro é um bem individual que ocupa o espaço de todos. Por que temos que dar prioridade a ele no planejamento urbanístico da cidade? O carro precisa de restrições. A data do DIA MUNDIAL SEM CARRO é um símbolo para mostrarmos que é possível uma cidade diferente, um urbanismo diferente.
____As autoridades de ALAGOAS podem se espelhar no exemplo de inúmeras cidades que estão levando a bicicleta a sério e fazer desta data uma celebração deste novo paradigma, que deve ser estabelecido o quanto antes, pois o velho paradigma, o cenário que ainda presenciamos e vivemos, está com os DIAS CONTADOS. Lembramos ainda, a V. Excia., que o programa BICICLETA BRASIL do Ministério das Cidades já existe há alguns anos, que existe verba disponível para projetos que estimulem o uso das BICICLETAS.
O que as AUTORIDADES devem fazer:
  • Estabelecer permanentemente a data do 22 de setembro no calendário oficial como o DIA MUNDIAL SEM CARRO;
  • Fazer uma revitalização de toda a malha cicloviária, com novas sinalizações, e, o que é muito importante, instalar sinaleiros preferenciais para os ciclistas nas áreas de cruzamento com os carros e suavizar as transições que existem entre ciclovias e ruas;
  • Fechar várias ruas do centro para o trânsito de automóveis individuais, propor que as pessoas realmente deixem o carro em casa, pelo menos neste dia;
  • Para que isto aconteça fazer com que o uso do transporte coletivo seja gratuito a todos no dia 22 de setembro;
  • Criar uma CAMPANHA EDUCATIVA para desestimular o uso do carro e educar os motoristas a respeitarem a bicicleta e o ciclista; espalhar faixas com dizeres alusivos ao uso da bicicleta, distribuir folhetos sobre o assunto;
  • Criar ciclofaixas no centro da cidade, para estimular o uso da BICICLETA. Hoje em dia as pessoas hesitam em adotar este meio de transporte por causa da insegurança, pelo medo de transitar em ruas apilhadas de carros, conduzidos por motoristas que não sabem que o lugar da bicicleta é na rua, não na calçada, conforme o próprio Código de Trânsito Brasileiro;
  • Criar parcerias com entidades e movimentos pro-bicicletas, tais como a própria BICICLETADA, a ONG Ciclovida, Mobilciclo, Universidades, Federações de Ciclismo etc;

____Enfim, estamos dispostos a trabalhar em conjunto com a prefeitura para festejar esta data. ALAGOAS possui excelentes técnicos em mobilidade não motorizada que já nos garantiram que podemos mudar o cenário atual. Basta boa vontade. O custo de inserir a bicicleta é irrisório perto das quantias exorbitantes que o planejamento automobilístico exige.

____Contamos com seu bom senso e empatia nesta importante questão. Uma capital verdadeiramente ecológica é aquela que prioriza meios de transporte ambientalmente corretos, que favorecem o diálogo e o contato com a cidade e seus cidadãos. Não é à toa que somos mais de 2000 parceiros pedalando.

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Aguardamos uma resposta positiva, criativa e inteligente.

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BICICLETADA DE MACEIÓ

sábado, 29 de agosto de 2009

Dia Mundial Sem Carro


Em 22 de setembro de 1997 foi implantado na França o dia mundial sem carro. O objetivo da data é estimular na população o uso de transportes não motorizados e/ou públicos coletivos. Além é claro de alertar sobre a poluição atmosférica causada em sua maior parte pelos gases emitidos por carros individuais.

No Brasil mais de 60 cidades aderiram ao dia mundial sem carro. No mundo são mais de 1600. Maceió o dia ainda não foi adotado, mas apelos estão sendo feitos ao poder público.
O dia 22 de setembro pretende mobilizar toda sociedade maceioense para mudar as estatísticas de acidentes de trânsito adotando alternativas de mobilidade além do carro. De janeiro a julho de 2009 já morreram cerca de 620 pessoas no transito de Maceió.

Enquanto as pessoas morrem, as ruas se congestionam, o ar fica cada vez poluído, os meios de comunicação incitam a compra de automóveis priorizando o consumo e o individualismo. Atitudes típicas de uma sociedade capitalista em um país ainda "agrário".

Em Maceió especificamente onde se tem um dos piores índices de desenvolvimento humano (IDH) do país. Aquele que não pode comprar um carro usa a bicicleta ou o transporte coletivo para se locomover. O alto preço das passagens de ônibus (que por sua vez, sempre aumenta nunca diminui) leva o trabalhador assalariado a procurar alternativas mais baratas, como o uso da bicicleta.

No entanto essa alternativa acaba se tornando um risco à vida. Pedalar pelas ruas da cidade é uma atitude de coragem. As ciclovias são basicamente para passeios na parte baixa da cidade e não atende aqueles que se deslocam entre outros pontos, tendo assim o ciclista como único meio pedalar junto aos automóveis. Estes por sua vez acreditam que as ruas os pertencem, desrespeitando aqueles que não estão dentro de um carro.

O dia 22 de setembro, mais que deixar o carro na garagem, deve ser um dia para se refletir sobre a sociedade que estamos construindo para os carros e não para as pessoas.