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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Gecoc investiga máfia dos transportes coletivos em Maceió

O Presidente da Associação Alagoana de Transporte Coletivo de Passageiros (AAUTCP), Joelson Messias da Silva, denunciou ao Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), o esquema criminoso que vem beneficiado autoridades e empresários do ramo de transporte coletivo de Maceió. Segundo o presidente da Associação, a prática é realizada há mais de duas décadas.

Gravações que foram mostradas ao Gecoc apontam Djalma Ramos da Silva, que por cerca de 25 anos foi diretor e presidente do Sindicato dos Rodoviários, revelando todo o sistema de propinas, que ele também diz ter participado durante os anos que ficou a frente do Sindicato. Segundo as gravações, Djalma disse que todas as articulações criminosas eram feitas em conjunto com a Associação dos Transportadores de Passageiros de Alagoas (Transpal) e a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).

"Eu recebia R$ 55 mil por mês da Transpal sempre por meio de empresários, tudo para atender os interesses dos proprietários de ônibus. A categoria era deixada de lado, eu fazia todo o esquema sem que eles (funcionários) percebessem. Em troca eu recebia essa quantia em espécie", revelou Djalma Ramos da Silva, na gravação que está em posse do Gecoc.

Ainda nas gravações, Djama Ramos disse que essa sua medida (denunciar a quadrilha que ele fazia parte) foi tomada por desespero, pois ele perdeu o comando do sindicato dos Rodoviários e foi abandonado por quem pagava pelo seu silêncio. "Tudo era orquestrado pelo Sindicato em conjunto com os empresários. Greves para aumento de salários eram uma constante, pois eu dizia que deveria ter greve para aumentar o salário dos funcionários, mas tudo isso não era pra categoria e sim para máfia que estava por trás de tudo isso. Sempre com interesses de aumentar o preço das passagens para eles lucrarem mais", desabafou Ramos.

Fonte: Jornal EXTRA Alagoas