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sábado, 31 de março de 2012

46ª Bicicletada de Maceió


Na noite de ontem (30), aconteceu a 46ª edição da Bicicletada de Maceió. Estivemos reunidos em nosso tradicional ponto de encontro, em cima do viaduto Aprígio Vilela, no Farol, desde as 18h. Por volta das 19h30, seguimos em direção ao bairro do Barro Duro, com o intuito de conhecer de perto as modificações realizadas no trânsito, após a construção da Av. Márcio Canuto.


Seguimos pelas avenidas Fernandes Lima, Rotary e chegamos ao início da Av. Márcio Canuto. Lá, tentamos entender como seria o percurso normal de um ciclista que seguisse esse trajeto que fizemos, para conseguir alcançar a ciclovia da Av. Márcio Canuto, que fica no lado oposto ao que estávamos.


Percebemos que, pouco antes, havia uma faixa de pedestre que nos conduzia à ilha que tem um jardim e um totem que sustenta uma grande bola de futebol. Atravessamos pela faixa até a ilha e, para nossa surpresa, não havia uma faixa que nos levasse à ciclovia. Sinalizamos para os carros, em grupo, pedindo passagem, até que conseguimos atravessar e alcançar a ciclovia.


Deparamo-nos com uma ciclovia bidirecional com pavimento de boa qualidade, bem iluminada e com uma largura bastante confortável. Porém, continuávamos supondo que estávamos numa ciclovia, já que não havia qualquer sinalização vertical ou horizontal que nos certificasse. Até que encontramos a única placa sinalizando que aquele espaço se trata de uma ciclovia, a R-34 (circulação exclusiva de bicicletas). Talvez esta seja a única placa R-34 existente na cidade. Caso alguém saiba da existência de outra, por favor, nos informe através dos comentários.


A placa encontra-se na esquina da R. Alba Mendes Falcão (uma rua que já fora meramente residencial e, após as mudanças no trânsito da região, passou a receber grande fluxo de automóveis, tirando o sossego de seus moradores), onde pudemos observar marcas de pneus, indicando que alguns motoristas, “por engano” já invadiram a ciclovia ao saírem da R. Alba Mendes para fazer conversão à esquerda.


Outro fato que constatamos nessa mesma esquina foi que, devido à dificuldade de visualização que os motoristas têm dos veículos que vêm da Av. Márcio Canuto, a maioria dos motoristas para o carro em cima da ciclovia para aguardar o momento de acelerar.


Nesse local, não há qualquer sinalização horizontal indicando a passagem da ciclovia, conforme determina o Manual de Sinalização Horizontal do Denatran (páginas 49 e 50).


Ao chegarmos ao entroncamento da Av. Márcio Canuto com a Av. Juca Sampaio, tentamos entender um pouco da lógica que os ciclistas vêm adotando nessa interseção. Conversamos com alguns usuários que passavam pelo local...


... constatamos uma faixa de pedestre que não fora respeitada por nenhum motorista...


... e percebemos que os ciclistas que seguem no sentido Jacintinho/Serraria continuam trafegando pelo lado direito da via, apesar da existência de ciclofaixa bidirecional no lado esquerdo.


Talvez por desconhecimento da existência da ciclofaixa, talvez por acreditarem que a ciclofaixa não lhes trará mais segurança do que o local que já costumam trafegar, mas, no pouco tempo que permanecemos ali, vimos meia dúzia de ciclistas passando e nenhum deles cruzou a via para acessar a ciclofaixa do lado esquerdo.


Resolvemos experimentar a ciclofaixa, seguindo no sentido Serraria. Passamos por alguns momentos de tensão com a passagem de veículos em alta velocidade muito próximos a nós. Além de não haver qualquer sinalização vertical e/ou horizontal que demonstre que aquele espaço pertence às bicicletas, acreditamos que, para garantir mais segurança aos ciclistas que optam por utilizar essa ciclofaixa, seja necessário construir uma barreira física delimitando o espaço das bicicletas e o espaço dos carros e/ou a redução da velocidade dos automóveis (através de radar eletrônico), já que não é difícil encontrar um veículo trafegando acima de 80 km/h nessa via, algo incompatível com a presença de bicicletas.


Ao longo da Av. Juca Sampaio, existem duas travessias de pedestre sinalizadas com semáforo: uma em frente ao Fórum e outra no acesso ao bairro do São Jorge. Percebemos que a SMTT, ao sinalizar, esqueceu de instalar um semáforo direcionado aos ciclistas que seguem no sentido oposto aos carros, já que a ciclofaixa é bidirecional. Sem este foco de semáforo, o ciclista que trafega no sentido Serraria/Jacintinho não consegue saber quando o semáforo está verde ou vermelho para poder dar passagem aos pedestres que atravessam a via.


Continuamos em direção à Av. Menino Marcelo, até chegar à pizzaria de nossa amiga Ângela, onde passamos algumas horas de bastante alegria e descontração colocando o papo em dia.


Apesar da existência de algumas falhas que apresentamos nessa postagem, com relação aos novos espaços destinados à bicicleta nas imediações das avenidas Márcio Canuto e Juca Sampaio, acreditamos que a delimitação desses espaços já representa um avanço na inclusão da bicicleta como meio de transporte na cidade de Maceió.

A existência de ciclovias e ciclofaixas ainda é algo novo para os motoristas maceioenses e carece de campanhas educativas nos meios de comunicação para melhor esclarecer algumas dúvidas que ainda podem pairar tanto na mente de motoristas, como de ciclistas.

Contudo, mesmo que de maneira incipiente, a Prefeitura já está começando a perceber a necessidade de oferecer melhor infraestrutura à utilização da bicicleta nos deslocamentos, seja para manter vivos os cidadãos que já a utilizam, seja para estimular outras pessoas a fazerem.